A menina do Rio
Viu-se mover na água
Viu-se refletir na onda
Viu-se em curvas
Viu-se por entre
Viu-se por conta
Viu-se crescer
Viu-se morrer
Viu-se a cada amanhecer.
A menina do Rio
Olhou seu reflexo
Olhou suas linhas
Olhou de lado
Olhou de frente
Olhou sem olho
Olhou além
Olhou como refém.
A menina do Rio
Enxerga a força
Enxerga a sensualidade
Enxerga a materialidade
Enxerga a batalha
Enxerga a carga
Enxerga a destorção
Enxerga a realização.
A menina do Rio aparece em sua prece,
A menina do Rio assobia quando a mulher carece.
Um Sopro de Vida
" Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que a minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir plena de tudo. Receba em teus braços o meu pecado de pensar."Um Sopro de Vida, Clarice Lispector.
terça-feira, 31 de março de 2020
segunda-feira, 30 de março de 2020
Poderia ser de Marte
Flo,
Te escrevo da Terra, pra te dizer que o barco virou.
Os humanos estão naufragando.
Parece que perdemos completamente o controle.
O Mar é que dita as regras.
O Vento que balança a vela.
Os raios cortam nossa paz.
A chuva carrega o que há de ir.
A madeira já estava podre.
Os remos não moviam-se em bom ritmo.
A maré não tá pra peixe.
Parece que Netuno veio a buscar os homens.
Hoje vai ter trovão, ventania e tufão.
Amanhã também.
Tempestade fatídica da raça humana.
Não estamos em extinção mas o bando segue ameaçado.
São tempos sem tempo.
Dias sem horas.
Lugares inabitados.
Homo Sapiens em colapso.
Te escrevo da Terra mas poderia ser de Marte.
Esse Plano já não é tão real quanto o teu.
Essa realidade inventada está em mutação.
As águas movendo-se em vórtex.
Estamos à deriva.
Lutando para seguir respirando.
Na certeza de que quem nos ensinou a nadar foram os Peixes e o Mar.
Te escrevo da Terra, pra te dizer que o barco virou.
Os humanos estão naufragando.
Parece que perdemos completamente o controle.
O Mar é que dita as regras.
O Vento que balança a vela.
Os raios cortam nossa paz.
A chuva carrega o que há de ir.
A madeira já estava podre.
Os remos não moviam-se em bom ritmo.
A maré não tá pra peixe.
Parece que Netuno veio a buscar os homens.
Hoje vai ter trovão, ventania e tufão.
Amanhã também.
Tempestade fatídica da raça humana.
Não estamos em extinção mas o bando segue ameaçado.
São tempos sem tempo.
Dias sem horas.
Lugares inabitados.
Homo Sapiens em colapso.
Te escrevo da Terra mas poderia ser de Marte.
Esse Plano já não é tão real quanto o teu.
Essa realidade inventada está em mutação.
As águas movendo-se em vórtex.
Estamos à deriva.
Lutando para seguir respirando.
Na certeza de que quem nos ensinou a nadar foram os Peixes e o Mar.
domingo, 29 de março de 2020
Volto, depois apago
Volto ao meu ponto primeiro.
Meu mais profundo alvo certeiro.
Volto como uma menina,
Inocente, destemida
Tenho em meus braços a mesma sina.
Retorno ao meu berço,
Ao meu longo e antigo terço.
Regresso ao Mantra inicial,
De palavras poucas em contexto principal.
Volto como a água depois de condensar,
Foi o calor que me fez transformar.
Naturalmente volto por que há de se voltar.
Não há caminho que não volte,
Não há tempo sem regresso,
Não há partida sem ingresso
Não há começo sem morte.
Em toda morte há tanta vida,
Por toda a vida infinitas mortes.
Nesse incessante morrer e viver vejo o renascer.
Faço assim mais uma volta, em torno dessa
E de outras provas.
Giro em torno, passo largo
Giro em volta, dou de lado
Volta e meia
Meio dado.
No compasso do meu fardo.
Que carrego e deito em berço,
Que acolho em meus braços,
Dou colo
Dou afago,
Trago à luz depois apago.
Meu mais profundo alvo certeiro.
Volto como uma menina,
Inocente, destemida
Tenho em meus braços a mesma sina.
Retorno ao meu berço,
Ao meu longo e antigo terço.
Regresso ao Mantra inicial,
De palavras poucas em contexto principal.
Volto como a água depois de condensar,
Foi o calor que me fez transformar.
Naturalmente volto por que há de se voltar.
Não há caminho que não volte,
Não há tempo sem regresso,
Não há partida sem ingresso
Não há começo sem morte.
Em toda morte há tanta vida,
Por toda a vida infinitas mortes.
Nesse incessante morrer e viver vejo o renascer.
Faço assim mais uma volta, em torno dessa
E de outras provas.
Giro em torno, passo largo
Giro em volta, dou de lado
Volta e meia
Meio dado.
No compasso do meu fardo.
Que carrego e deito em berço,
Que acolho em meus braços,
Dou colo
Dou afago,
Trago à luz depois apago.
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