Um Sopro de Vida

" Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que a minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir plena de tudo. Receba em teus braços o meu pecado de pensar."

Um Sopro de Vida, Clarice Lispector.

sábado, 26 de maio de 2012

Galo Garnizé?

"O Garnizé é uma das aves mais procuradas pelos admiradores. Como ave ornamental, o galo é conhecido como muito bravo, apesar de ser o menor galo existente no mundo.
O seu valor está diretamente ligado ao seu tamanho, assim é que quanto menor mais valorizado se torna. Ao longo dos tempos os criadores foram aperfeiçoando geneticamente a tal ponto que, hoje existem galinhas desta espécie do tamanho de uma mão adulta." (Primeiro site que apareceu no Google).
A minha definição do galo Garnizé veio por conhecimento de meu avô. Quando eu ainda era pó cósmico e nem pensara em existir, dizem que Nonno era um homem de sangue quente, calabrês mesmo, daqueles que não leva desaforo para casa. Pequenininho mas impunha sua vontade na maioria das vezes pela força da palavra (ou até do grito).
A lembrança que tenho do Nonno é um senhor careca, sereno que me protegia até debaixo d'água. Um retrato perfeito que o tempo acalma qualquer homem bravo. Infelizmente não pude conviver muitos anos da minha vida com essa figura incrível. Mas desde que me conheço por gente ele me apelidava de Galo Garnizé. Assim que eu fechava a cara e virava a "inbroculata" meu avô já passava a se referir a mini-ana como o Galo Garnizé, o galinho de briga.
Dei esse nome ao blog porque concordo plenamente com meu avô e aqueles que me conhecem bem, sei que também vão assinar em baixo. Mas também como uma forma de homenagem ao meu Nonno, meu exemplo em diversas situações difíceis e um dos meus protetores que já se foram.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Pratique o desapego

PRATIQUE O DESAPEGO...
que tal tentar pelo menos hoje dar embora aquelas dezenas de roupas que vc não usa, nao vai usar mas simplesmente não se desfaz delas?e que tal se desapegar do computador, passar mais de 24 horas sem olhar suas atualizações do Facebook. Se desapegue do seu carro, vc não precisa dele pra ir até a padaria comprar pão...Esqueça a data que seu cartão vira e tire aquele vestido lindo da cabeça que vc ta contando os dias pra comprar, vc ja tem milhares. Se desapegue do seu namorado, afinal um dia vcs vao terminar e a casa não pode cair... Presenteie quem vc gosta pelo simples prazer de faze-lo sem precisar receber nada em troca...Desligue o celular por um dia inteiro, se liberte da coleira eletrônica...tente cumprir pelo menos um desapego hoje.


ps.: compartilhe sua experiência.



quarta-feira, 23 de maio de 2012

A menina no espelho

Por vez era uma...
Uma menina espelhada, uma menina em quem se espelhavam.
Por vezes se sentia um reflexo, já outras uma imagem real (?).
De fato não era o que o espelho refletia ou o que se mostrava na imagem do espelho.
Foi necessária uma semana, talvez até duas para se afastar de todos os espelhos,
de todas as imagens que refletia para os outros.
Sete dias longe da escola (seu maior espelho).
A menina-espelho era tão bondosa, tão querida...
Diziam: "ah menina-espelho você é amiga de todos, não existe ninguém que não goste da sua pessoa!"
Pensava: "Minha pessoa?Qual?Quem é essa que todos falam?"
Após este intervalo de afastamento escolar, voltou ao seu refúgio sem
espelho algum para mostrar (dar exemplo).
Não era, nunca foi e espero que nunca seja tão forte quanto um espelho.
Não era sólida, muito menos forte. Na realidade mais se parecia com um
cristal do que com um espelho-rocha.
Foram poucos os que de fato entenderam essa sua falta de imagem,
naquele momento a menina-espelho já não era mais menina e muito menos espelho!
Sentada em seu banheiro, traz o espelho, o localiza de forma estratégica.
Ascende.
Traga.
Olha a si mesma, lá no espelho...
E solta. Toda a fumaça aprisionada em si.
Só queria ser enxergada, se enxergar e se entender, não apenas ser vista.

E foi assim que a Deusa da Terra descobriu a poesia...Dizem por ai que nunca parara de escrever.

(texto feito no dia 22/06/2009)

ECCE HOMO



segunda-feira, 21 de maio de 2012

todo carnaval tem seu fim


Eu realmente gostaria de escrever que eu nunca estive mais feliz e que estou segura de mim. Mas sei que por agora esta sensação não vai aparecer. Infelizmente o que sinto no memento é uma dor que arde minha garganta, aperta meu peito e me impede de sorrir. Perdi, não sou de perder, não sou de deixar ir. Mas chegou a hora de não se arrepender e aceitar que terminou. Aceitar a solidão, talvez até a rejeição.
Queria poder dizer que o sofrimento é opcional, mas não consigo apenas sentir dor, sinto saudade, não controlo meus pensamentos e se pudesse segurava o choro. Mas sei que esse luto é um momento necessário, sei que como sempre o melhor remédio é o tempo e como tudo que já vivi: sei que vai passar.
Sei também que será impossível esquecer, mas farei o possível para absorver, enxugar e obter o que de melhor dessa fase pude ter. Foram momentos que nenhuma palavra pode chegar perto a descrever, apenas senti o que nunca antes havia vivido. E se não houvesse a lágrima seria impossível sorrir novamente. Tudo faz parte de um calmar, quando esse tufão se dissipar a calmaria do mar volta, seja com marolas ou tubos.

Perdi, e o mais bonito de perder é aceitar, entender e ter orgulho de dizer : “ finalmente compreendi.”


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Fluindo

Quando nos libertamos de crenças e valores limitantes, a energia flui em nós naturalmente. Sem as inibições que aprisionam a nossa mente e o nosso coração, desenvolvemos a capacidade de sintonizar com a essência que está dento das pessoas e das coisas, fazendo assim desaparecer o medo e as emoções que nos impedem de ser espontâneos. A precisão da espontaneidade é algo presente em toda a natureza e flui como a vida.

Em homenagem à dois grandes amigos que literalmente me seguraram quando mais precisei.


quarta-feira, 16 de maio de 2012

Transitando


Tudo bem que o meu humor não é lá dos mais estáveis que existem, mas viver em são Paulo consegue enlouquecer qualquer um. Quando digo viver não me refiro às noites boêmias e mágicas da metrópole, e sim das segundas, terças, quartas e quintas (para não comentar sextas) no trafego anormal de carros de sampa. A terra da garoa ultimamente tem conseguido perder seu brilho, até a Avenida Paulista fica sem graça em meio a tantos carros com luzinhas vermelhas acesas e buzinas que não dão sossego.
Luta territorial por um metro de asfalto, os cruzamentos então, nem se fala, não interessa se o cara da frente quer virar a direita e o engarrafamento não deixa. O espírito de porco acelera, consegue se mover meio metro e para seu possante EM CIMA da faixa de pedestres. Essa é uma proeza que diversos motoristas habilidosos e com consciência coletiva são capazes de realizar. Sem contar os coitados dos desavisados que resolvem tomar um taxi em plena Cardoso de Almeida num horário pouco convencional (18:30), só de ver o taxímetro dá vontade de oferecer carona. Só não o fiz pois o meu carro estava com lotação máxima naquele momento.
Além de estar acomodando quatro pessoas, o meu veículo encontrava-se desligado e eu me vi lendo um texto da faculdade que ocupava muito mais que uma folha (o transito me proporcionou uma leitura até a segunda página, acreditam?). Nesse meio tempo divaguei sobre o cara que inventou a embreagem (risos). Podia ter pensado em uma tarefa mais árdua para o pé direito não? Numa tarde como essas quem sai mais prejudicado é a minha coxa esquerda, além é claro do passageiro que teve a infeliz ideia de pegar carona comigo. O transito de São Paulo consegue sim me tirar do prumo, e o coitado do meu amigo ouvirá (em alto e bom som) os meus lamentos e reclamações um tanto quanto rabugentas.
A cidade da selvageria do engarrafamento também comporta seus retiros espirituais. Estes são de fato a minha salvação e podem também se tornar a sua! Se não fosse a aula de yoga que tive horas antes de enfrentar esse périplo, não conseguiria por meio da respiração relevar ofensas, buzinas e fechadas incessantes. Além de relevar, não teria chegado em casa agradecendo por pelo menos ter um carro, estar estudando em uma faculdade, ter grana e a oportunidade de ter uma aula de Yoga.


PS.:E se não fosse o transito eu não teria esse tempo todo para rever meus conceitos, elaborar esse texto e dividir a experiência bizarra e um tanto quanto cotidiana com você !



segunda-feira, 14 de maio de 2012

Sozinha na solidão da minha escrita...
Somente assim eu me sinto completa, e incrivelmente nem um pouco palpável. Me formei assim, me descobri quando por ventura peguei um lápis e colori toda uma folha com palavras entaladas na garganta de alguém que finalmente descobrira a beleza de escrever.
Foi com palavras que me formei e nas palavras acho forças para para continuar a me transformar, sendo assim um paradoxo vivo em contante mudança e infinita perplexidade. Afinal sou feita de matéria constantemente mutáveis e maleáveis.
Se um dia não houver mais nada, não possuir nenhum bem, se me tirassem tudo aquilo que eu conquistei...

Me diga caro amigo, seu poder seria o carro, a casa           a conta no banco? A fala, o texto o poema soando...




Não se preocupe em se encontrar, na vida as coisas ficam mesmo perdidas por ai, de repente o vento sopra e te traz elas de volta...
Preocupe-se, ou melhor ocupe-se perdendo-se em pensamentos distantes da realidade, se esforce para sonhar todos os dias e procure sempre o inesperado, o incansável, o inimaginável. Sinta por fora aquilo que por dentro arde forte como uma chama. Flutue apenas com um beijo, mesmo que este não seja em seus lábios, de uma extensão menor para os seus problemas (insolúveis), cheire as cores e viva intensamente todos os amores.



domingo, 13 de maio de 2012

O QUE O MEU MÉDICO RECEITOU



Ódio ou afeto? Na correria do dia a dia, existem aqueles que preferem os pontos nos is à magia do afeto propriamente dito. Desde o princípio, o ser humano preferiu e optou por viver em conjunto, precisando sempre de mais alguém como companhia. Nem que seja o mínimo significativo para existir, o afeto se constrói aos poucos, mas com todos aqueles que você dividiu um pedacinho da sua vida, incluindo os que chegam e partem quase ao mesmo tempo.
            É algo que inevitavelmente todos sentimos pelo menos uma vez na vida por alguém, afeto é admiração com um toque d carinho e inveja quando preciso, é vontade e medo ao mesmo tempo, querer sempre ele por perto mesmo que algumas vezes o odeie com todas as forças. É preciso e necessário assim como o simples ato de respirar, inconscientemente acontece. Quando percebe, já tem medo de perder uma pessoa que infelizmente pode ser feliz sem você. É continuar amando por mais que tenha sido o mais decepcionado possível.
            Mas e o amor? Move todas as coisas nesse mundo. Se não houvesse o amor de nada valeria essa passagem tão breve à vida. O amor está presente em tudo, em todos em cada pedaço do ultimo bolo de chocolate. É brando, é doce e é principalmente piedoso. Sentimento gostoso e mesmo que pequeno vale muito para aquele que ama e quer ser correspondido. Aquilo que mexe balança e requebra o corpo sem nem sairmos do lugar. Vira e revira qualquer um de ansiedade, de vontade e de saudade.
            Cada um no mundo com o seu, cada qual com a sua cara metade, mas o sentimento existe igualmente para todos. Por incrível que pareça de amor, o mundo tem de sobra. O cego consegue vê-lo, o surdo ouve a melodia do amor com a naturalidade e frequência de um hit de rádio. O avô esbanja juventude quando reencontra esse sentimento que já pensava ser extinto. É estar preso por vontade própria.
            Amor é a certeza que ele virá só para ver você, e exclusivamente você. É a mão que vem por trás quando se menos espera. É aquilo que nos surpreende a cada dia. O desprendimento do possessivo. É sentir e ter a segurança da confiança do outro, plenamente de olhos fechados e coração aberto para o prazer.
            É passar a tarde chuvosa e nublada sem ter crises existenciais ou se deprimir com o tempo que não melhora, é chegar no fim do dia que foi péssimo e ouvir aquela voz te confortando que faz qualquer nuvem desaparecer do nosso céu repleto de brigadeiros. É no simples brilho de um olhar entender todo um contexto de palavras impronunciáveis.
            É o coração baixinho, quase calado, muito apaixonado. É sorrir para um único admirador, que muitas vezes nem do seu lado está. Estar apaixonado é acordar toda segunda feira com humor e vontade de sexta. É preciso, necessário e faz bem à saúde.

FEITA DE CRAVO E CANELA




É ela, Gabriela.
De cravo gabi me fez, com temperos gabi se formou,
De cores e muitos amores ela sonhou,
E mais do que isso me ajudou.
De canela seu corpo se fez,
Sua alma cantou .
E eu aplaudi,
Gabi , menina, mulher,
Você mais do que menina,
Muito mais do que moça,
Minha garota, você é mulher.
Mulher de verdade,
Daquelas feitas de cravo e canela.
Te achar não foi fácil mas ainda bem
Que te perder é imperdoável.

Auto retrato

Se fosse para definir, diria que sou mínima de estatura gigante de nariz, fria nas mãos, mínima de pés. Confusa por tradição, corcunda por distração. Atrasada por conta da rotina, escritora só em sonhos, dançarina por estilos alternativos e cantora debaixo do chuveiro.Vasta de testa, abundante de dentes de sorriso que me toma toda face.Escassa de sobrancelhas, repleta de sardas nos ombros. Atenta aos detalhes curva de postura. Exigente na aparência, psicóloga por opção apegada aos outros por maldição. Flexível só de corpo, lenta na matemática, impossível com as exatas e admiradora dos livros. Comunicativa, curiosa até demais, dramática como toda mulher e teimosa como toda leonina. Amante da música e adolescente por ironia do destino.