Um Sopro de Vida

" Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que a minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir plena de tudo. Receba em teus braços o meu pecado de pensar."

Um Sopro de Vida, Clarice Lispector.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Amor sou Eu



O Amor é Cura
O Amor é lento
Constante
Em movimento.

O Amor é escolha
Discernimento
Auto-conhecimento.

O Amor é permanência
Sem carência
O Amor vive na essência.

O Amor convida
Mostra
Faz nascer.

O Amor é inerente
Brota da nascente.

Do Amor eu quero a Totalidade
Sensação com Realidade.

Com Amor descubro meu Ser
Para o Amor ofereço não apenas prazer.

De Amor estou repleta
Numa dança infinita
Que é me conhecer.

terça-feira, 31 de março de 2020

A menina do Rio

A menina do Rio
Viu-se mover na água
Viu-se refletir na onda
Viu-se em curvas
Viu-se por entre
Viu-se por conta
Viu-se crescer
Viu-se morrer
Viu-se a cada amanhecer.

A menina do Rio
Olhou seu reflexo
Olhou suas linhas
Olhou de lado
Olhou de frente
Olhou sem olho
Olhou além
Olhou como refém.

A menina do Rio
Enxerga a força
Enxerga a sensualidade
Enxerga a materialidade
Enxerga a batalha
Enxerga a carga
Enxerga a destorção
Enxerga a realização.

A menina do Rio aparece em sua prece,
A menina do Rio assobia quando a mulher carece.

segunda-feira, 30 de março de 2020

Poderia ser de Marte

Flo,

Te escrevo da Terra, pra te dizer que o barco virou.
Os humanos estão naufragando.
Parece que perdemos completamente o controle.

O Mar é que dita as regras.
O Vento que balança a vela.
Os raios cortam nossa paz.
A chuva carrega o que há de ir.

A madeira já estava podre.
Os remos não moviam-se em bom ritmo.
A maré não tá pra peixe.

Parece que Netuno veio a buscar os homens.

Hoje vai ter trovão, ventania e tufão.
Amanhã também.

Tempestade fatídica da raça humana.
Não estamos em extinção mas o bando segue ameaçado.

São tempos sem tempo.
Dias sem horas.
Lugares inabitados.
Homo Sapiens em colapso.

Te escrevo da Terra mas poderia ser de Marte.

Esse Plano já não é tão real quanto o teu.
Essa realidade inventada está em mutação.
As águas movendo-se em vórtex.

Estamos à deriva.
Lutando para seguir respirando.
Na certeza de que quem nos ensinou a nadar foram os Peixes e o Mar.

domingo, 29 de março de 2020

Volto, depois apago

Volto ao meu ponto primeiro.
Meu mais profundo alvo certeiro.

Volto como uma menina,
Inocente, destemida
Tenho em meus braços a mesma sina.

Retorno ao meu berço,
Ao meu longo e antigo terço.

Regresso ao Mantra inicial,
De palavras poucas em contexto principal.

Volto como a água depois de condensar,
Foi o calor que me fez transformar.
Naturalmente volto por que há de se voltar.

Não há caminho que não volte,
Não há tempo sem regresso,
Não há partida sem ingresso
Não há começo sem morte.

Em toda morte há tanta vida,
Por toda a vida infinitas mortes.
Nesse incessante morrer e viver vejo o renascer.

Faço assim mais uma volta, em torno dessa
E de outras provas.

Giro em torno, passo largo
Giro em volta, dou de lado
Volta e meia
Meio dado.

No compasso do meu fardo.

Que carrego e deito em berço,
Que acolho em meus braços,
Dou colo
Dou afago,
Trago à luz depois apago.

domingo, 15 de julho de 2012

Minha bolha se modifica

Fazem cinco dias que eu sai do Brasil. Colômbia foi o meu destino, Cartagena é o nome da cidade que escolhi para fazer meu voluntariado com crianças.
Por mais que Bogotá se pareça muito com São Paulo em diversos aspectos, só de sentir o clima da capital me senti em totalmente em outro mundo. E de fato estou. A cada situação que se passa me vejo mais convencida do quanto Colombia e Brasil se parecem e ao mesmo tempo de distanciam.
Bogotá é tao bagunçada quanto São Paulo, tem um transito imenso e ao invés de metro, é o Transmilenium que parece um formigueiro (das 6 as 8).
Sai do conforto, do que me é comodo e certo. Aqui estou experimentando o inédito, o que não há como programar, o que realmente não sei como será. Não existe imediatismo para nada aqui, pelo menos por enquanto. E esse exercício constante de se deixar levar vem sendo meu maior aprendizado.

Quero eu ser assim como uma bolha de sabão,
Daquelas que flutua quando o impulso vem.
Dessas que são transparentes, sobem com o vento e possuem a leveza de cair,
Quando o ambiente intervém se estouram para então voltar a ser gotas.


Poça d'água da calçada de Bogotá-Colômbia

sábado, 30 de junho de 2012

as palmas

Percebi que muitas vezes esqueço que o nosso corpo comporta toda nossa capacidade de demostrar o que sentimos. Entendi que não é necessário artifícios ou acessórios para complementar o que já possuímos.
Para demostrar afeto, respeito e admiração temos instrumentos que muitas vezes não lembramos de usá-los.

OS APLAUSOS.

Como é gratificante receber aplausos, ouvir o som que nossa palma da mão é capaz de ecoar.
Perante àquela situação, pessoa, ato, gesto ou palavra, somos mais simples do que pensamos.
Nosso corpo por inteiro transborda oportunidades, brilha e reflete o que somos, o que também nos esquecemos de ser. Lembremos sempre que somos racionais mas não vamos esquecer daquilo que É, o que não se contesta o que apenas É e mesmo com toda relutância, permanecemos sendo.

Levanto e com orgulho bato palmas ao que somos capazes de realizar.



quinta-feira, 7 de junho de 2012

O natureza dos 19 anos

Disse que tava sem tempo, sem tempo para escrever.
Do ato de pensar eu não me livro mais...
Por tudo que eu tenho vivido nessas ultimas semanas,
Pelos planos e e oportunidades,
Resolvi vir aqui para pelo menos dizer
Dizer o que muitos já pensaram
Que a maioria de nós em uma epifania ou momento único chegamos a conclusão:
Como é bom ter 19 anos! Como é indescritível ter um leque de oportunidade
E o mais incrível, ter a coragem de abraçá-las.
Por vezes já senti na pele o que é se entregar para projetos, planos, amores e vivencias.
Mas sei que mergulhando fundo posso sentir o chão e ao mesmo tempo enxergar a superfície.
Quero fluir, quero poder ser o que naquele dia me der vontade de parecer.
Porque aos 19 o horizonte parece inalcançável e por isso me da um gosto de ir ao seu encontro.
É, hoje me caiu a ficha de como é bom amadurecer.