Por vez era uma...
Uma menina espelhada, uma menina em quem se espelhavam.
Por vezes se sentia um reflexo, já outras uma imagem real (?).
De fato não era o que o espelho refletia ou o que se mostrava na imagem do espelho.
Foi necessária uma semana, talvez até duas para se afastar de todos os espelhos,
de todas as imagens que refletia para os outros.
Sete dias longe da escola (seu maior espelho).
A menina-espelho era tão bondosa, tão querida...
Diziam: "ah menina-espelho você é amiga de todos, não existe ninguém que não goste da sua pessoa!"
Pensava: "Minha pessoa?Qual?Quem é essa que todos falam?"
Após este intervalo de afastamento escolar, voltou ao seu refúgio sem
espelho algum para mostrar (dar exemplo).
Não era, nunca foi e espero que nunca seja tão forte quanto um espelho.
Não era sólida, muito menos forte. Na realidade mais se parecia com um
cristal do que com um espelho-rocha.
Foram poucos os que de fato entenderam essa sua falta de imagem,
naquele momento a menina-espelho já não era mais menina e muito menos espelho!
Sentada em seu banheiro, traz o espelho, o localiza de forma estratégica.
Ascende.
Traga.
Olha a si mesma, lá no espelho...
E solta. Toda a fumaça aprisionada em si.
Só queria ser enxergada, se enxergar e se entender, não apenas ser vista.
E foi assim que a Deusa da Terra descobriu a poesia...Dizem por ai que nunca parara de escrever.
(texto feito no dia 22/06/2009)
ECCE HOMO
Um comentário:
lindo, na, amei! como todos, né
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