Um Sopro de Vida

" Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que a minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir plena de tudo. Receba em teus braços o meu pecado de pensar."

Um Sopro de Vida, Clarice Lispector.

domingo, 13 de maio de 2012

O QUE O MEU MÉDICO RECEITOU



Ódio ou afeto? Na correria do dia a dia, existem aqueles que preferem os pontos nos is à magia do afeto propriamente dito. Desde o princípio, o ser humano preferiu e optou por viver em conjunto, precisando sempre de mais alguém como companhia. Nem que seja o mínimo significativo para existir, o afeto se constrói aos poucos, mas com todos aqueles que você dividiu um pedacinho da sua vida, incluindo os que chegam e partem quase ao mesmo tempo.
            É algo que inevitavelmente todos sentimos pelo menos uma vez na vida por alguém, afeto é admiração com um toque d carinho e inveja quando preciso, é vontade e medo ao mesmo tempo, querer sempre ele por perto mesmo que algumas vezes o odeie com todas as forças. É preciso e necessário assim como o simples ato de respirar, inconscientemente acontece. Quando percebe, já tem medo de perder uma pessoa que infelizmente pode ser feliz sem você. É continuar amando por mais que tenha sido o mais decepcionado possível.
            Mas e o amor? Move todas as coisas nesse mundo. Se não houvesse o amor de nada valeria essa passagem tão breve à vida. O amor está presente em tudo, em todos em cada pedaço do ultimo bolo de chocolate. É brando, é doce e é principalmente piedoso. Sentimento gostoso e mesmo que pequeno vale muito para aquele que ama e quer ser correspondido. Aquilo que mexe balança e requebra o corpo sem nem sairmos do lugar. Vira e revira qualquer um de ansiedade, de vontade e de saudade.
            Cada um no mundo com o seu, cada qual com a sua cara metade, mas o sentimento existe igualmente para todos. Por incrível que pareça de amor, o mundo tem de sobra. O cego consegue vê-lo, o surdo ouve a melodia do amor com a naturalidade e frequência de um hit de rádio. O avô esbanja juventude quando reencontra esse sentimento que já pensava ser extinto. É estar preso por vontade própria.
            Amor é a certeza que ele virá só para ver você, e exclusivamente você. É a mão que vem por trás quando se menos espera. É aquilo que nos surpreende a cada dia. O desprendimento do possessivo. É sentir e ter a segurança da confiança do outro, plenamente de olhos fechados e coração aberto para o prazer.
            É passar a tarde chuvosa e nublada sem ter crises existenciais ou se deprimir com o tempo que não melhora, é chegar no fim do dia que foi péssimo e ouvir aquela voz te confortando que faz qualquer nuvem desaparecer do nosso céu repleto de brigadeiros. É no simples brilho de um olhar entender todo um contexto de palavras impronunciáveis.
            É o coração baixinho, quase calado, muito apaixonado. É sorrir para um único admirador, que muitas vezes nem do seu lado está. Estar apaixonado é acordar toda segunda feira com humor e vontade de sexta. É preciso, necessário e faz bem à saúde.

4 comentários:

Paulo Demeter disse...

Oi Aninha,

Parabéns pela iniciativa.
Gostei da diagramação.

Tio Paulo Demeter

Ana Demeter disse...

Brigada tio, que bom que você gostou. Depois coloco mais alguns textos!beijos

Rodrigo Steinman disse...

sempre bom ler o que aflora nessa cabeça sua.

Ana Demeter disse...

preto lindo!que saudades